I'm an alien, I'm a legal alien.

Escrever diarinhos na internet jĂĄ virou "mais do mesmo" desde que o Desembucha fechou as portas por nĂŁo ter conseguido dar conta da demanda de aborrescentes "querendo ter um site". E Ăłbvio que eu sabia que nĂŁo ia ser diferente com qualquer veĂ­culo que eu viesse/venha a utilizar para jogar na grande rede as minhas desventuras diĂĄrias.

Quando eu desisti de ter um blog padrão foi por ter enchido o saco do modelo, não de escrever sobre mim. Hå ciclos em que não sinto vontade de escrever sobre rigorosamente nada. Nem sobre mim, nem sobre o mundo - talvez porque nenhum dos dois me interesse o bastante. Mas isso passa. Sempre. E aí recomeço, adulando meu ùnimo com posts enormes que me deixam contente. Mas sempre acho um ou outro motivo pra desanimar. E agora sinto que o diferente seria voltar a escrever no meu domínio, ao invés de aqui. Eu sei que essa busca pelo diferente é uma doença, but i'm helpless.

Estå faltando aqui a coragem de pegar aquela faquinha esperta (aquela, da autocrítica...) e me descascar com gosto, até chegar ao ùmago dos ùmagos e descobrir, debaixo dessa película grossa e carregada de informação alienígena, quem eu sou na verdade.

JĂĄ pararam pra pensar que, se todo mundo resolver "bancar o diferente" usando os mesmos meios, todo mundo vai acabar igual? Algumas pessoas se tatuam pra se diferenciar do comum, outras pintam o cabelo de verde, outras produzem cicatrizes em si mesmas, inventam gostos musicais que na verdade nĂŁo tĂȘm, nitidamente demarcando territĂłrio. Outras ainda fingem pairar acima de tudo isso. Elas nĂŁo percebem que, em cada esquina, tem uma outra pessoa (igualmente comum, mas "diferente wannabe") fazendo o mesmo. Essa aversĂŁo pelo natural ainda vai nos levar, na melhor das hipĂłteses, a rir muito de nĂłs mesmos, no futuro. Porque muito em breve, se o ritmo se mantiver o mesmo, o comum Ă© que vai ser o raro.

Chega de blogchalk. Chega de Gonzo. Chega de 1000 Cliques.
Chega de testezinhos. Chega de todas as modinhas. Encheu o saco. Não quero pagar de diferente. Todos nós somos diferentes, mas achamos melhor desprezar a dådiva e preferimos virar espelhos uns dos outros. Ignorùncia? Loucura? Comodismo? Human Nature? Cartas para a redação.

Experimente fazer uma foto na webcam que tambĂ©m mostre a tela do seu PC com o programa especĂ­fico. Veja a mesma imagem repetir-se tela adentro, atĂ© que fique tĂŁo pequena que nĂŁo consiga mais ser distinguida do resto. A gente se contenta em ser espelhos, refletindo-nos uns nos outros, atĂ© que nos tornemos minĂșsculos, se misturando ao meio e nĂŁo faça mais a menor diferença se estivermos ou nĂŁo lĂĄ. "be yourself, no matter what they say", jĂĄ dizia o Sting.

O problema Ă© descobrir QUE yourself seria esse... O de verdade - nĂŁo aquele que nos interessa ser. Eu estou correndo atrĂĄs para ver se descubro - e se eu fosse vocĂȘ, faria o mesmo. A tentativa vale o preço da passagem e, com sorte, a viagem pode nĂŁo ter volta.

Sobre Osama Bin Laden e Esperanto

Passatempos de domingo à tarde: detonar vårios potes de iogurte Molico Light com pedaços enoooormes, docinhos e cremosos de ameixa (very yummy) e baixar filminhos de sexo gay interracial no hardbabes.

Domingos Ă  tarde nunca servem pra muita coisa, mesmo. Eu podia estar rodopiando num shopping, vendo a minha falta de dinheiro refletida nas vitrines, eu podia estar na beira do mar levando pela cara a extasiante brisa da orla, mas sinceramente… Eu preciso de dois ĂŽnibus e quase uma hora para chegar Ă  praia.

Ontem eu fiz coisa parecida. A. me ligou, depois de um longo hiato. Tentou justificar o sumiço, meio sem graça. NĂŁo era preciso. Afinal, eu tambĂ©m me distanciei. E acho bom que as pessoas “sumam” umas das outras, de vez em quando. Isso preserva a autenticidade dos relacionamentos, sejam eles quais forem. Bem, ele parecia estar chateado, queria conversar, e achou que eu fosse a pessoa certa para ouvi-lo.

Fomos caminhar na Lagoa, que continua linda e suja. Quase demos a volta em torno e vimos o Bernardinho (tĂ©cnico da seleção de vĂŽlei) correndo pela ciclovia, seguido pela Fernanda Venturini de bike com a bebĂȘ ruivinha sentada dentro da cesta. Em suma, o problema do A. Ă© a possibilidade de ter engravidado uma menina. Realmente, punk. Solução difĂ­cil. E ao invĂ©s de procurar por ela ficamos falando merda e tecendo teorias doidas como a do Esperanto - idioma que o A. estĂĄ estudando, por hobby.

O Esperanto Ă© uma lĂ­ngua que foi criada para ser universal, um elo de ligação entre os povos, permitindo que todos os habitantes da terra se entendessem. SĂł que hĂĄ muito tempo Ă© o inglĂȘs que cumpre essa tarefa.

JĂĄ eu e o A. achamos que o Esperanto Ă© a lĂ­ngua falada em Marte, e que foram eles, os marcianos, que abduziram os “criadores” do Esperanto, incutiram essa idĂ©ia em suas cabeças, e o devolveram Ă  Terra, a fim de fazer com que a lĂ­ngua marciana se popularizasse no mundo. E assim, quando os homens de marte viessem invadir a terra e assimilar nossa cultura, encontrariam um povo que jĂĄ falava seu idioma. SĂł que a cultura anglo-saxĂŽnica acabou com os planos dos marcianos, que se viram obrigados a criar Osama Bin Laden, o homem que vai destruir os Estados Unidos e fazer com que a lĂ­ngua inglesa seja aos poucos deixada de lado. E aĂ­ o Esperanto, do nada, vai se popularizar. Anotem a nossa profecia.

Depois da sessão besteirol fomos comer no Rio Sul - porque quiosque da Barra cobra preço de bistrÎ. Me entupi no Habibs com aquele Beirute gigante e meio litro de suco de Abacaxi, tão grosso que quase tive que tomar de colherzinha. Depois ficamos fazendo window shopping até as dez da noite, quando peguei minha carroça urbana e vim cair aqui, na minha caminha.

Estou com preguiça de viver - imagine pensar.
Recomendo um livrinho para a sua tarde: A ExtensĂŁo do DomĂ­nio da Luta, de Michel Houellebecq.
E, claro, uns filminhos pornÎs no Hardbabes.com, porque cérebro nenhum é de ferro.

I love weekends.

E daĂ­ que eu fui trabalhar ontem usando uma camiseta velha do Iron Maiden. Eu tentei usar roupas decentes e condizentes com a minha carreira (risos), mas como meu trabalho Ă s vezes se torna meio braçal (por incompetĂȘncia dos responsĂĄveis) eu desencanei de ser fashion e agora Ă© jeans, camiseta e tĂȘnis. Okay, isso nĂŁo deixa de ser fashion, mas quem me conhece estranharia esse jeito basics de ser.

E daĂ­ que os crentes do local sĂł faltaram armar uma sessĂŁo de exorcismo. Fizeram o sinal da cruz e disseram que eu estava atraindo energias ruins para a empresa (tĂŽ falando sĂ©rio). E daĂ­ que eu tinha colocado uma imagem meio evil (o COELHINHO de Happy Tree Friends…) como wallpaper do meu PC lindo de 17 polegadas, e gentilmente pediram que eu a retirasse. Eu obedeci, mas quando o sistema entra em lock e pede senha novamente, a imagem malvada aparece lĂĄ, no background… Eu DELETEI a imagem do PC e ela continuou lĂĄ. SĂł faltaram trazer pastores pra benzer a mĂĄquina. E o pessoal se juntou Ă  minha volta pra fazer consideraçÔes idiotas acerca da “dama de ferro” ser uma banda demonĂ­aca, com os CDs trazendo mensagens subliminares satĂąnicas and lalala, all this crap. Assim nĂŁo dĂĄ pra ser feliz.

Fui pra casa, encontrei o namorado e fomos encher a cara. Percebam que essa frase Ă© extremamente recorrente quando falo dele: “fomos encher a cara”. Às vezes acho que ele nĂŁo serve para muita coisa alĂ©m disso. E jĂĄ estĂĄ de bom tamanho. Se bem que encho a cara com qualquer um. E sozinha muito bem, obrigada. Mas Ă© sempre bom ter companhia… pra pagar a conta (o que ele nĂŁo faz).

Voltamos pra casa trĂȘbados. Ele fazendo piada, eu tropeçando pelo caminho de tanto rir. CaĂ­a no chĂŁo Ă s gargalhadas, as pessoas me olhando com um misto de pena e divertimento mas Ă© Ăłbvio que eu sĂł cheguei a essa conclusĂŁo AGORA. Porque bĂȘbados nĂŁo tĂȘm discernimento. Cheguei em casa suja da rua e ele me jogou embaixo do chuveiro - ele sempre fica menos bĂȘbado do que eu, o que me irrita deveras. Isso com minha mĂŁe dormindo, sem saber do meu estado e nem que ele estava ali.

Dormi pelada e com o cabelo molhado, acordei dentro da privada, vomitando. Minha mĂŁe jĂĄ tinha escafedido prum curso de pĂĄtina em Vilar dos Telles, deixando macarrĂŁo parafuso com molho branco na panela e uma garrafa de coca na geladeira, que sorvi de uma vez sĂł, pra tentar curar a sede da ressaca. Como estava ainda meio bĂȘbada ele me fez um sanduĂ­che de queijo com presunto, pĂŽs na minha mĂŁo, disse adeus e sumiu na estrada. Legal.



E agora o sĂĄbado Ă© meu. Assim que eu conseguir saber qual das TRÊS portas Ă  minha frente Ă© a de verdade (ainda bĂȘbada, keep it in mind), eu sairei por ela e prometo sĂł beber suquinho o resto do fim de semana. Hic!

VĂȘ se aprende.

7 COISAS EM QUE EU NÃO ACREDITO:

1) estĂŽmago fraco
2) TPM
3) amor Ă  primeira vista
4) corrente de santa edwiges
5) fidelidade eterna
6) serviços gratuitos na internet
7) serviços pagos na internet

NĂŁo espere das pessoas que te parecem prĂłximas nada alĂ©m do benefĂ­cio imediato. NĂŁo espere que elas se estendam em grandeza alĂ©m disso. Elas cometem erros Ăłbvios por esporte, e sĂŁo capazes de vilezas que nem vocĂȘ, que leva injustamente a fama de filhadaputa, protagonizaria - nem bĂȘbada.

Eu tenho sĂł meia dĂșzia de amigos de verdade. O resto do mundo nĂŁo me tolera. Eu sei que isso estĂĄ ficando repetitivo, mas... É a verdade. E as verdades sĂŁo sempre Ăłbvias e repetitivas.

13 de julho, dia do rock

Finalmente, o frio. Estava pensando que nunca mais veria um inverno na vida. O frio congela meus dedinhos de pianista frustrada, arroxeia minhas unhas compridas, e eu acho isso lindo.

Ontem Ă  tarde estava preparada para receber o namorado aqui no cafofo. Meu pai infelizmente chegou um pouco antes, e tive que ligar pro celular do eleito e pedir a ele que me esperasse na frente de algum bar, ao invĂ©s de vir direto pra cĂĄ. Minha mĂŁe, aos trancos e barrancos, e Ă  custa de muita mentira e teatro da minha parte, “aceita” a nossa “amizade”. Meu pai, nĂŁo. E eu nĂŁo quero perder os muitos pacotes de Ruffles e Chee-tos que ele traz do Carrefour pra mim todo final de semana, sĂł pra assumir o meu relacionamento. Ainda bem que o bofe me entende. E me dĂĄ Ruffles e Chee-tos tambĂ©m.

Bom, ele “entende” mais ou menos. Sentamos num boteco e naquele frio do cĂŁo bebemos cerveja taipava (cara demais em se levando em conta a qualidade). E eu enrolando para evitar responder POR QUE cacetes alados jĂĄ nĂŁo estĂĄvamos debaixo das cobertas do meu quarto. Fiz com que ele fosse ao shopping comigo - e andamos tĂŁo rĂĄpido por causa do frio que perdemos o fĂŽlego na metade do caminho - e comprei revistas. 20 reais a menos no meu bolso, liguei pra casa a cobrar. NinguĂ©m atendeu - acesso liberado, e fomos pra cama (dormir). Ele passou a tarde e a noite aqui. Foi expulso por mim hoje de manhĂŁ - meu pai havia acabado de ligar dizendo que vinha pro almoço, trazendo camarĂ”es. E camarĂ”es ruleiam. Desculpa, amor, mas eu quero almoçar camarĂŁo. Tchau.

Estou comendo pipoca doce com coca cola e ouvindo o especial da RĂĄdio Cidade pelo dia do Rock. Os ouvintes votaram pra escolher as “100 mĂșsicas mais expressivas do rock”. Votação de ouvinte de rĂĄdio jabazeira sĂł podia dar em erro: Guns'n'roses e RHCP fazendo o QUÊ nessa lista? TRÊS mĂșsicas do Pearl Jam? Bohemian Rhapsody do Queen em dĂ©cimo lugar? Tomar no cu. Mas a despeito da seleção furada atĂ© que estĂĄ divertido. Tocou metal: Metallica (“Master of puppets”), Iron Maiden (“The Number of the Beast”), Black Sabbath (“Iron Man” e “Paranoid”), e tambĂ©m Rush, RATM, Pink Floyd, Led Zeppelin… Ah, gente, vamos lĂĄ - tenham um pouco de boa vontade comigo.

E dia 8 foi aniversĂĄrio de um amigo meu. SĂł lembrei na vĂ©spera - e dois dias depois. Fiquei sem graça de ligar, nĂŁo comprei presente e nunca consigo deixar de soar falsa em “ligaçÔes de feliz aniversĂĄrio”. NĂŁo que eu desgoste das pessoas, eu desgosto Ă© de aniversĂĄrios. NĂŁo dou importĂąncia nem ao meu - como passar entusiasmo pelo aniversĂĄrio dos outros??

E assim foi meu weekend. Dei uma breve adiantada no site (o layout estĂĄ, com certeza, entre os PIORES que jĂĄ fiz, mas desencanei), depilei as pernas e a sobrancelha com cera quente, fiz as unhas e Ă© tudo. EstĂĄ frio demais pra viver.

By our blindness and stupidity we kill everything.

NĂŁo nasci pra viver com os outros.
Nem contra os outros. Nem a favor dos outros.
Nasci pra viver apesar dos outros.
E isso Ă s vezes Ă© muito, muito difĂ­cil.

A garota lĂĄ no trabalho perguntando por que Ă© que eu marco as peças jĂĄ liberadas antes de arrumĂĄ-las no carrinho de saĂ­da. Eu tenho vontade de responder “isso se chama organização e eficiĂȘncia”, mas como sei que ela talvez lhes desconheça o significado das palavras prefiro bancar a retardada e fingir ser sdidĂĄtica.

Por que eu parei de falar do meu trabalho? Porque lĂĄ meu micro estĂĄ em rede, porque nĂŁo sei se terceiros acompanham meus posts e porque hĂĄ pouco o que se falar. SĂł uma observação digna de nota: nĂŁo hĂĄ nada mais nocivo para mentes saudĂĄveis (ou que pretendam assim tornar-se) do que “ambiente de trabalho”.

Gente que se vĂȘ todo santo dia. Gente com perspectivas decepcionantes. Gente que, para nĂŁo pirar por conta do stress e das atividades maçantes e repetitivas, desenvolve passatempos como 1) observar a vida do outro; 2) dar palpite na vida do outro; 3) falar mal da vida do outro e, apesar disso tudo, 4) fingir ser amigo do outro. O “ambiente de trabalho” vem a ser o lugar onde se passa tempo demais da existĂȘncia. Por isso o ser humano costuma namorar pessoas do trabalho, sair com pessoas do trabalho, fofocar com/sobre pessoas do trabalho, ser amigo/inimigo de pessoas do trabalho… Isso nĂŁo Ă© bom. Isso nĂŁo faz bem. Isso fecha horizontes, transforma cĂ©rebros em uva-passa e todo mundo fica meio amargo, meio fofoqueiro, meio intrometido, meio afeito a picuinhas, meio infeliz.

Eu preciso de uma justa causa.

Leaving sadness behind

Anonymous no ICQ, num SĂĄbado Ă  tarde:

Lucas (03:02 PM) :
ok.
ah, o jĂŽ soares chamou a lolla moon de bira.

Anonymous (03:03 PM) :Lolla Moon de Bira...?

Lucas (03:07 PM) :foi um cara lĂĄ, do site euhein.com.br. em certo momento da entrevista, ele contou a histĂłria das foto dela. aĂ­ o jĂŽ soares disse mais ou menos isso: "Ă© como se ela fosse o bira e se fizesse passar pelo leonardo dicaprio"

Desculpe, Adriano. Não deu pra esperar sua autorização (essa história ainda vai me fazer rir um bom tempo).

Desculpe, mocinha. Eu nĂŁo tinha pensado nisso sob outro prisma. Mas Ă© verdade o que disseram - bobeira se importar.

6 meses hoje do falecimento do meu padrasto. Pensei em postar algo relevante, como por exemplo a letra de "Um dia de Domingo", que hoje em dia faz com que minha mĂŁe chore ao ouvir (ele costumava cantar para ela).

Mas deixa para lå. Isso não interessa a ninguém.

Truth hurts

Ficar triste em casa Ă© uma coisa.
Ficar triste em casa e o shuffle do winamp, do nada, escolher Atmosphere do Joy Division, Ă© crueldade.

Por que eu gosto de tristeza? Sei lĂĄ. Talvez porque eu saiba que a minha Ă© controlada. Eu ouço mĂșsicas tristes acreditando piamente que vou morrer, que nĂŁo vai ter volta dessa vez, que eu finalmente vou ter coragem de tirar aqueles tais comprimidos coloridinhos do blister e brincar com eles por meia hora antes de jogĂĄ-los num copo de vodka da pior qualidade e engoli-los todos, todos eles de uma vez sĂł. Sem pensar muito, porque Ă© assim que deve ser. E todos eles de uma vez sĂł, que Ă© pra morrer de uma vez sĂł e nĂŁo ter tempo de sofrer ou me arrepender.

Mas de repente no outro dia eu estou lå, såbado de manhã, dentro de um Înibus pra central do Brasil, cruzando a linha vermelha sobre a linda e podre Baía de Guanabara, sorrindo tanto por dentro que os urubus me parecem gaivotas - perdidas, porque afinal o verão acabou. E eu estarei feliz, indo pra Alfùndega gastar algumas dezenas de reais com pingentes e pulseiras baratas. Como uma aborígene idiota, trocando suas convicçÔes por espelhinhos.

Mas para a minha mãe, o que interessa é saber se eu estou destruindo algum patrimÎnio durante as crises de raiva ou causando må impressão a essa gentalha cujos nomes desconheço a quem ela chama de vizinhos. Um dane-se aos meus motivos pra estar com ódio. Um outro dane-se aos meus olhos vermelhos de chorar. Mais outro à minha mão doída de socar a parede. Dane-se, dane-se e dane-se eu, que no meio desse amontoado de coisas bobas e tristes pareço ser a coisa menos importante.

E como Ă© que a gente faz para voltar a se aproximar de alguĂ©m a quem fizemos mal? Fica-se esperando um contato para tentar retomar o convĂ­vio, mas vocĂȘ sabe que, se o telefone tocar, ele nĂŁo estarĂĄ do outro lado da linha. Nunca mais. NĂŁo que ele te odeie, mas talvez vocĂȘ nĂŁo signifique mais nada - ou nada alĂ©m de uma lembrança meio boa, meio ruim. E vocĂȘ fica se perguntando o que pesa mais nas memĂłrias dele, se o lado bom ou o ruim. E acaba achando que estĂĄ mais iludida do que acredita, porque talvez vocĂȘ simplesmente nĂŁo signifique nada - nem de bom, nem de ruim.

Shhhh, they're talking about you.

EntĂŁo, o dia ontem foi legal.
Achei a metade de uma bananada no bolso do meu jaleco. Devia estar ali hĂĄ algumas poucas semanas. Estava gostoso.

Junho acaba de acabar, e nĂŁo fui a UMA festa junina. Todo ano Ă© a mesma coisa. Eu prometo a mim mesma que vou frequentar todas, tirar o atraso de hot dog de barraquinha, o mĂȘs acaba sem que a agenda registre nenhum compromisso incluindo fogueiras, quentĂŁo e maçã do amor.

Quero minhas quermesses de novo. Quero tocar de novo a campainha de estranhos pedindo pra pedir pra fazer xixi. Quero ter dor de barriga de tanto comer cachorro quente. Quero ganhar canecas de plåstico de cores horrorosas nas barracas de pescaria. Quero receber torpedinhos romùnticos de catiços desconhecidos, extasiados pela minha estonteante beleza. Quero acertar a argola no gargalo (epa). Quero me mijar de rir das vizinhas sem talento dançando quadrilha e pagar o mico de me apaixonar por um dos meninos de camisa xadrez, chapéu de palha desfiado e um dos dentes da frente pintados de preto com o låpis de olho da mãe. Enquanto a dança durar.

Okay, esgotada a cota de idiotice do dia.

p.s.: entĂŁo, eu fui MESMO citada no JĂŽ? Que bacana. Eu nĂŁo assisti. Mas parece que o evento blogueiro do qual eu fui protagonista foi de grande dimensĂ”es. Stalkers, hackers e turma associada: eu lamento informar, mas vocĂȘs tiveram o trabalho e eu levei a fama. RĂĄrĂĄ.